17 de novembro de 2016

As agulhas do tempo nem sempre costuram nossas feridas


Nem o tempo cura tudo e nem o cérebro se esquece das vivências mais traumáticas. O importante é aceitar o que ocorre e evitar que a dor nos impeça de avançar. As agulhas do tempo, às vezes, são precisas e curam, aplacam dores e nos ajuda a relativizar as coisas. No entanto, cabe dizer que nenhuma destas feridas de origem traumática desaparece para sempre, simplesmente nos lembramos delas sem que doa tanto quanto antes.
Estamos acostumados a ouvir que “o tempo cura tudo”, que a distância é terapêutica e que na maioria das vezes as coisas negativas que experimentamos nos servem de aprendizado.
Mas é importante ressaltar algumas coisas. Nosso cérebro não se esquece, e nem todo acontecimento doloroso serve como aprendizado. Não há uma fórmula mágica para resolver estas intersecções vitais nas quais terminamos em um ou outro momento de nosso ciclo vital. Não há pílulas que acabem por completo com a dor da vida, nem uma máquina do tempo que nos permita evitar determinados fatos.
As feridas, queiramos ou não, sempre estarão aí. O tempo não é um arquiteto tão eficaz para fazê-las desaparecer, mas elas cicatrizarão e não doerão tanto como no primeiro dia. Será uma dor com a qual conseguiremos coexistir. São muitas as pessoas que aprenderam a viver com seus vazios: com a ausência de seus entes queridos, com a cicatriz daquele erro, daquela escolha errada. 
O essencial nestes casos é evitar que o próprio sofrimento nos faça prisioneiros. Não devemos alimentar a resistência. Não devemos dizer que “depois disso a vida não vale mais a pena”, “agora nunca mais serei feliz”, etc. Não faça isso. A chave está em trabalhar a aceitação. O que passou passou, a realidade é que a única opção é aceitar para, por sua vez, aceitarmos a nós mesmos nesta nova situação. Permita-se ser feliz de novo, permita que a vida o abrace novamente assim como você merece.

Art Por Rôde Andrade
(Mantenha a autoria ao divulgar este texto está sob a proteção da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 de Direitos Autorais devidamente registrado sua omissão incorre em crime)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço seu interesse, espero que voltem