11 de junho de 2020

A depressão silenciosa: Aquela em que há riso, mas ninguém percebe a tristeza

Quando falamos em depressão geralmente pensamos em alguém extremamente triste; isolado em casa; sem ânimo para fazer as atividades e por aí vai. Já ouvi discursos como: ” Nossa, mas eu vi fulana sábado e ela estava tão bem, estava rindo, tem certeza que ela tem depressão?” Ou “Ué, mas eu chamei ele para sair e ele aceitou, acho que já está bem”. Esses estereótipos que criamos são tão perigosos quanto os julgamentos que tanto criticamos. Criamos um personagem e achamos que para validar o sofrimento de alguém ele precisa necessariamente se encaixar nisso. Cada pessoa sente as coisas de uma forma e lida com isso de uma maneira diferente. O que as pessoas precisam entender é que quem está com depressão também saí, trabalha, estuda, sorri, faz piadas e parece bem, quando na verdade acontece uma tempestade dentro si.
Pessoas com depressão têm sonhos, projetos, mas na maior parte do tempo sentem suas energias indo embora. É uma luta constante o fato de precisar lidar com a tristeza diária. É um sentimento de impotência que invade e faz paralisar tudo. A depressão pode ser silenciosa. Aquele colega de trabalho que você vê sorrindo pode ser o cara que chega em casa e se sente esgotado por ter de enfrentar mais um dia; de precisar parecer bem, quando de fato não está. Pode ser o cara que chora escondido, que se sente diminuído na maior parte do tempo e que não se reconhece mais. Pessoas improváveis – aos nossos olhos – quando a tristeza não é visível e a gente pensa que está tudo bem.

Em situações como essa, pratique a empatia

Photo by Aarón Blanco Tejedor on Unsplash
Quantos artistas descobrimos nos últimos tempos diagnosticados com depressão? E qual foi a nossa reação a não ser espanto? Afinal, “como assim? Ele ou ela pareciam tão bem, desfrutavam da fama, possuíam dinheiro, estavam sempre viajando”. Como alguém assim pode se sentir deprimido? A questão é que a depressão não tem a ver com coisas, com financeiro, ou falta de prestigio social. Pelo contrário, pode se ter tudo e ainda assim, ser vazio de sentido.
Por isso, precisamos, mais do que nunca, ser gentis. Cada pessoa enfrenta uma batalha. Cada um está lutando por algo. Nós não sabemos. Nossa gentileza e generosidade ao tratar o outro em nossas relações podem fazer a diferença, afinal não sabemos quando o outro está enfrentando uma tempestade dentro si ou o quanto tem gastado energia tentando disfarçar a tristeza e parecer bem para o mundo. A empatia que tanto pregamos, se exercida longe dos estereótipos que criamos, pode ser uma ferramenta poderosa para salvar o dia de alguém.

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