As relações que você tem com objetos, alimentos, clima,
transporte e com pessoas refletem o relacionamento que você tem consigo mesmo,
e este, por sua vez, é muito influenciado pelos relacionamentos que você,
quando criança, teve com os adultos que o cercavam. Muitas vezes, o modo como
os adultos reagiam conosco nessa época é o modo como reagimos conosco agora,
tanto em termos positivos como negativos.
Pense por um instante nas palavras que você usa quando está
se repreendendo. Não são as mesmas que seus pais usavam quando o censuravam? E
como o elogiavam? Tenho certeza de que você usa os mesmos termos quando se
elogia.
E possível que eles nunca o tenham elogiado, de modo que você
não tem ideia de como se elogiar e, provavelmente, pensa que não possui nada
digno de elogios. Não culpo seus pais por isso porque somos todos vítimas de
vítimas. Eles, de maneira nenhuma, poderiam lhe ensinar algo que não conheciam.
Cada relacionamento importante que temos é reflexo do relacionamento que
tivemos com um de nossos pais. E enquanto não “limparmos” aquele primeiro
relacionamento não estaremos livres para criar exatamente o que queremos nos
outros.
As relações são espelhos de nós mesmos. O que atraímos sempre
reflete nossas qualidades ou nossas crenças sobre relacionamentos. Isso vale
igualmente para um chefe, colega, amigo, empregado, amante, cônjuge ou filho. O
que não gostamos nessas pessoas são coisas que nós mesmos fazemos ou
desejaríamos fazer, ou então em que acreditamos. Nós não as atrairíamos ou as
teríamos em nossas vidas se elas de certa forma não nos complementassem.
Permita-se neste momento parar um pouco e fazer um pequeno
exercício:
Por um instante, analise uma pessoa de sua vida que o
perturba. Descreva três características dela das quais não gosta, coisas que
você quer que mudem.
Agora, analise-se profundamente e pergunte-se: “Onde sou
exatamente da mesma forma, quando faço as mesmas coisas?”
Feche os olhos e dê-se tempo para trabalhar nisso.
Em seguida, pergunte-se se está disposto a mudar. Quando você
remover esses padrões, hábitos ou crenças do seu modo de pensar ou
comportamento, a pessoa mudará ou sairá de sua vida.
Se você tem um chefe crítico e impossível de contentar, olhe
para o seu interior. Seu comportamento, em algum nível é igual ao dele ou então
você tem uma crença do tipo: Chefes
vivem criticando e são impossíveis de agradar.
Se você tem um empregado que não obedece ou não trabalha a
contento, procure no seu interior para ver onde você age da mesma forma e
elimine esse padrão. Lembre-se de que despedir alguém é fácil demais e não
“limpa” o padrão.
Se você tem um colega que não coopera e se recusa a
participar ativamente da equipe, procure no seu interior para ver por que
atraiu alguém desse tipo. Onde você tem o hábito de não cooperar?
Se você tem um amigo desleal, que sempre o deixa na mão, olhe
para dentro. Onde em sua vida você é desleal e quando costuma falhar com os
outros? Essa, por acaso, é sua crença?
Se você tem um namorado pouco carinhoso, que até lhe parece
distante, analise-se para ver se bem no seu interior não existe uma crença que
se originou numa atitude de seus pais na sua infância, como: O amor é frio e
sem demonstrações.
Se você tem um cônjuge que está sempre reclamando e pouco o
apoia, olhe de novo para suas crenças de infância. Um dos seus pais estava
sempre reclamando e não dava apoio à família? Você é assim?
Se você tem um filho com hábitos que o irritam, garanto-lhe
que são os seus próprios hábitos. As crianças aprendem imitando os adultos que
as rodeiam. Ao esclarecer o que existe no seu interior, você descobrir seu
filho mudando automaticamente.
Esse é o único modo de mudar os outros – modificando-nos
primeiro. Mude seus padrões e descobrir que “eles” também estão diferentes.
A acusação é inútil. Acusar alguém é abrir mão de nosso
poder. Mantenha o seu poder, pois sem ele não se pode fazer mudanças. A vítima
indefesa não enxerga uma saída.
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