Existem quatro perdões com os quais necessitamos trabalhar para curar nossa
vida íntima. Desde há anos muito se fala basicamente de dois. Quero enunciar os
quatro. Mas, antes desejo esclarecer que o perdão não é um ato: é um processo.
Ou seja, não é possível perdoar desde a vontade; desde a vontade o que se pode
eleger é cultivar esse processo, sabendo que se não o fizermos, uma parte de
nossa vida permanecerá infectada, inflamada e, cada vez que algo a toque,
doerá.
Não podemos, então, decidir “Te perdôo”. Mas, podemos decidir colaborar conscientemente com esse processo. Este trabalho psicológico, sem dúvida, é somente uma parte. A outra é que, à medida que sustentamos no tempo a intenção de cultivar o perdão, algo nuclear de nosso Inconsciente (nossa Essência, nosso Si Mesmo), por sua vez, trabalha subterraneamente para que o perdão aconteça.
Sim, a medula do perdão provém de uma instância interna superior.
Por isso, se chama perdão: é um dom que vem desde algo muito profundo (em inglês, “forgive”, sendo que “to give” não somente é dar, como também consagrar, ou seja, “con – sagrar”)*
*( quando consagramos algo, como na bíblia encontramos Jesus que consagrou (converteu) o pão e vinho no corpo e sangue de Cristo; isto é, trabalhamos em algo de nós para que se converta em alguma outra coisa para nós(grifo meu)).
De maneira análoga, decidir perdoar implica em dispor-se a fazer, humanamente, nossa parte neste processo e, também, a pedir a esta instância interna (como em uma oração) que tenha um bom desprender-se disso que é mais sutil, e que nosso psiquismo limitado, não pode executar. Assim, quando o perdão advém e sentirmos a ferida limpa, é porque muito dentro tem convergido o nosso trabalho psicológico intencional e o trabalho de nosso Si Mesmo (sem o qual o perdão não acontece).
Isto toma tempo: e perdoar não significa aceitar que o danificador siga nos danificando; ou que retorne a nossa vida, se já o expulsamos: implica que essa pessoa já não ocupe tanto espaço dentro de você. De modo que não se trata somente de “ser magnânimo com quem nos feriu”, e sim de desalojar o outro do enorme lugar que ocupa quando uma ferida não se cicatrizou. Este é o primeiro perdão. Porém, ainda têm mais três...
O segundo perdão é o que se refere a pedir perdão (tarefa indispensável no próprio processo evolutivo): revisar nossa história e o dia a dia, determinando a quem temos lastimado. Por desonestidade, por imaturidade, por ignorância, por egoísmo... Uma vez detectados à consciência estes atos incisivos, será necessário ainda oferecer ao outro, se isto for possível, nosso reconhecimento do erro: é o que lhe ajudará a liberar o processo do primeiro perdão, pois este processo é mais fluido se aquele que fere se encarrega da ferida frente ao ferido. Este também é um ato liberador, ou seja, que nos presenteia com a desculpa ou não(e devemos nos preparar neste último caso, com coragem e dignidade).
Do terceiro perdão também se fala muito: perdoar-se a si mesmo pelo dano causado a outrem.
Não podemos, então, decidir “Te perdôo”. Mas, podemos decidir colaborar conscientemente com esse processo. Este trabalho psicológico, sem dúvida, é somente uma parte. A outra é que, à medida que sustentamos no tempo a intenção de cultivar o perdão, algo nuclear de nosso Inconsciente (nossa Essência, nosso Si Mesmo), por sua vez, trabalha subterraneamente para que o perdão aconteça.
Sim, a medula do perdão provém de uma instância interna superior.
Por isso, se chama perdão: é um dom que vem desde algo muito profundo (em inglês, “forgive”, sendo que “to give” não somente é dar, como também consagrar, ou seja, “con – sagrar”)*
*( quando consagramos algo, como na bíblia encontramos Jesus que consagrou (converteu) o pão e vinho no corpo e sangue de Cristo; isto é, trabalhamos em algo de nós para que se converta em alguma outra coisa para nós(grifo meu)).
De maneira análoga, decidir perdoar implica em dispor-se a fazer, humanamente, nossa parte neste processo e, também, a pedir a esta instância interna (como em uma oração) que tenha um bom desprender-se disso que é mais sutil, e que nosso psiquismo limitado, não pode executar. Assim, quando o perdão advém e sentirmos a ferida limpa, é porque muito dentro tem convergido o nosso trabalho psicológico intencional e o trabalho de nosso Si Mesmo (sem o qual o perdão não acontece).
Isto toma tempo: e perdoar não significa aceitar que o danificador siga nos danificando; ou que retorne a nossa vida, se já o expulsamos: implica que essa pessoa já não ocupe tanto espaço dentro de você. De modo que não se trata somente de “ser magnânimo com quem nos feriu”, e sim de desalojar o outro do enorme lugar que ocupa quando uma ferida não se cicatrizou. Este é o primeiro perdão. Porém, ainda têm mais três...
O segundo perdão é o que se refere a pedir perdão (tarefa indispensável no próprio processo evolutivo): revisar nossa história e o dia a dia, determinando a quem temos lastimado. Por desonestidade, por imaturidade, por ignorância, por egoísmo... Uma vez detectados à consciência estes atos incisivos, será necessário ainda oferecer ao outro, se isto for possível, nosso reconhecimento do erro: é o que lhe ajudará a liberar o processo do primeiro perdão, pois este processo é mais fluido se aquele que fere se encarrega da ferida frente ao ferido. Este também é um ato liberador, ou seja, que nos presenteia com a desculpa ou não(e devemos nos preparar neste último caso, com coragem e dignidade).
Do terceiro perdão também se fala muito: perdoar-se a si mesmo pelo dano causado a outrem.
Mas, o quarto quase
não se menciona, e quero destacá-lo: em um momento de solidão, de quietude, a
coração aberto, peça o perdão a si mesmo. Pois, em muitos aspectos de nossa
vida temos sido tanto aquele quem fere quanto o ferido, pois nos ferimos a nós
mesmos: nos auto-depreciamos, nos sabotamos a nós mesmos, nos exigimos até a
última gota, esgotando nossas forças, nos expomos ao abuso reiterado de outros
feridores, sem cuidado e sem afeto... (Inclua aqui também o pedir perdão ao seu
corpo, pois, com freqüência, ele tem sido machucado com nossas atitudes para
com ele).
Se não nos dispusermos a transitar neste quarto perdão, os outros três por si mesmos não conseguirão encerrar os ciclos abertos, dado que cada um dos quatro perdões dinamiza o processo dos outros três, necessitando-se um do outro reciprocamente. Pedir-se perdão é um ato de amizade consigo mesmo, tal como o faríamos, no segundo perdão com qualquer ser querido.
E necessitamos ser, para conosco mesmos, um ser querido! Aliás, é o único com quem conviveremos até o fim de nossos dias (e mais). Relembrando também o que disse o grande Jung: “Nada pode relacionar-se com outro enquanto não se relacionar primeiro consigo mesmo”.
Se não nos dispusermos a transitar neste quarto perdão, os outros três por si mesmos não conseguirão encerrar os ciclos abertos, dado que cada um dos quatro perdões dinamiza o processo dos outros três, necessitando-se um do outro reciprocamente. Pedir-se perdão é um ato de amizade consigo mesmo, tal como o faríamos, no segundo perdão com qualquer ser querido.
E necessitamos ser, para conosco mesmos, um ser querido! Aliás, é o único com quem conviveremos até o fim de nossos dias (e mais). Relembrando também o que disse o grande Jung: “Nada pode relacionar-se com outro enquanto não se relacionar primeiro consigo mesmo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço seu interesse, espero que voltem